quarta-feira, 10 de julho de 2013

Caetano abraça Curitiba



Acontece nessa quinta-feira 11, no Teatro Positivo, o Show do Caetano Veloso, o álbum intitulado Abraçaço.

Novo álbum
Foram os produtores ingleses, no começo dos anos 1970, que convenceram Caetano Veloso a tocar violão em seus discos. Ele mesmo não confiava em sua técnica “sem técnica” de puxar as cordas de náilon ao ponto de perpetuá-la em gravações, mas os gringos argumentaram que aquele jeito era o bonito, o original, o que devia ser. E que, mais do que a mão de qualquer violonista contratado, seu toque daria a sinceridade que aquelas canções tão pessoais e carregadas de autobiografia exigiam. Os álbuns “Caetano Veloso” (1971) e “Transa” (1972) foram os primeiros feitos assim, com o cantor e compositor também ao violão.

Há cerca de um ano, talvez um pouco mais, Caetano me disse que planejava ver essa batida no centro da questão do que seria seu terceiro trabalho em estúdio com a BandaCê. Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados) e Marcelo Callado (bateria e percussão) trabalhariam a partir dela, em seu contorno. Usariam seu violão como motivo e como motor para criar os arranjos da nova safra de transambas, de tranrocks e do que mais ele viesse a compor para o disco. Era um caminho pertinente, já que os dois álbuns ingleses de exílio (sobretudo “Transa”) são a raiz de tudo o que ele e os meninos desenvolvem desde 2006 – e estão nessa conta os ótimos “Cê” (2006), “Zii e Zie” (2009) e os registros de seus respectivos shows, o “Multishow ao Vivo – Cê” (2007) e o “MTV ao Vivo – Zii e Zie” (2010).

Este “Abraçaço” é o tal terceiro disco. O álbum que fecha sua trilogia com a BandaCê. Como os dois primeiros, foi produzido a quatro mãos por Moreno Veloso e Pedro Sá. Mas sua temática acabou por se revelar mais abrangente do que os planos iniciais de Caetano. A batida de seu violão está presente na maior parte das músicas que o compõem, mas essa é apenas umas das conversas do disco. O próprio título, tirado da faixa “Um Abraçaço” – expressão que o cantor usa para finalizar alguns e-mails e sugere, segundo ele, não só um abraço grande, mas um abraço espalhado, abrangente ou múltiplo – confirma essa ideia de conceito alastrado. “Abraçaço” já é, portanto, o pós-tudo do que foram o adolescente “Cê” e o maduro “Zii e Zie”.


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